Em uma loja discreta no coração de Kyiv, um objeto brilha com uma intensidade que ofusca até mesmo as joias mais refinadas com um iPhone completamente banhado a ouro, adornado com três diamantes impecáveis e gravado à mão. O preço? US$ 9.000.
Mas quem pagaria quase dez vezes o valor de um iPhone 15 Pro Max por um dispositivo que, tecnicamente, faz as mesmas chamadas e tira as mesmas fotos? A resposta está no crescente mercado de luxo personalizado, onde a exclusividade não tem preço ou, pelo menos, não um preço acessível.
O fascínio pelo ouro – Status ou obsessão?
Especialistas em comportamento do consumidor apontam que itens como esse iPhone não são vendidos apenas por sua funcionalidade, mas como símbolos de identidade. “Em tempos de incerteza econômica, alguns compradores buscam segurança no tangível, no que é raro e durável”. O ouro, historicamente, representa isso.
Dados do Global Luxury Market Report 2023 mostram que a demanda por eletrônicos personalizados cresceu 27% no último ano, impulsionada por compradores da Ásia e do Oriente Médio. Mas Kyiv, apesar de não ser tradicionalmente um polo de luxo, tem se destacado como um hub de artesãos especializados em peças únicas.

Segundo informações o processo leva semanas, a gravação manual, a aplicação do ouro 24K e a fixação das pedras são feitas sob medida. “Já receberam encomendas de empresários, estrelas do rap e até colecionadores excêntricos que querem algo que ninguém mais tenha.”
Vale a pena?
Para o comprador médio, US$ 9.000 podem parecer absurdos, mas em um mundo onde relógios custam milhões e bolsas viram investimentos, esse iPhone ocupa um nicho peculiar. Alguns dizem: “É como comprar um Picasso em miniatura. Você não está pagando pelo telefone, está pagando pela história.”
E enquanto alguns torcem o nariz para o que chamam de “consumismo exagerado”, outros veem oportunidades. Lojas online especializadas já replicam o modelo, oferecendo versões “mais acessíveis” se é que US$ 5.000 podem ser considerados acessíveis.
O futuro do luxo digital
Se a tendência se mantiver, em breve veremos não apenas iPhones, mas laptops, fones de ouvido e até smartwatches transformados em obras de arte portáteis. E em um mercado cada vez mais digital, onde o físico se torna artigo de luxo, talvez valha a pena perguntar:
Você compraria um telefone que vale mais que um carro?
Segundo a Forbes, 73% dos millenials preferem gastar em experiências ou itens únicos em vez de bens materiais tradicionais. Será que o luxo personalizado é a nova fronteira?