Os arranha-céus reluzentes de Dubai, símbolos de luxo e prosperidade, escondem uma realidade preocupante que é o mercado imobiliário da cidade que está à beira de um colapso.
Especialistas alertam que os preços dos imóveis, atualmente inflacionados além da realidade econômica local, podem despencar até o final de 2026, deixando investidores e proprietários em uma tempestade financeira.
Há anos, Dubai atrai investidores globais com sua visão futurista e isenções fiscais. Mas o crescimento desenfreado do setor imobiliário, impulsionado por especulação e crédito fácil, criou uma bolha pronta para explodir. Dados do UAE Central Bank revelam que os preços residenciais subiram 33% em apenas dois anos, enquanto o aluguel disparou 27% em 2023.
“Quando os preços se desconectam da renda real da população, o ajuste é inevitável.”
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Enquanto milionários estrangeiros compram apartamentos de luxo como ativos digitais, moradores locais enfrentam uma crise de acessibilidade. “Trabalho há dez anos em Dubai e nunca conseguiria comprar um imóvel aqui”, desabafa Layla Hassan, gerente de hotel.
O governo tenta frear a especulação com novas taxas para investidores ausentes, mas analistas duvidam que seja suficiente. O mercado depende excessivamente de capital estrangeiro. Se houver uma fuga, o tombo será rápido.
Para alguns, a queda iminente é uma chance. “Comprei um apartamento em 2020 e vendi em 2023 com 40% de lucro. Agora, estou esperando o crash para reinvestir”, diz Raj Patel, investidor indiano.
Mas para a maioria, o risco é alto. Bancos já elevam juros para empréstimos imobiliários, e corretores relatam quedas discretas em áreas supervalorizadas, como Palm Jumeirah e Downtown Dubai.
Enquanto o sol brilha sobre os desertos de Dubai, a sombra da crise ronda os espelhos dos arranha-céus. Resta saber quem sairá ileso quando a bolha estourar.
