Uma equipe de engenheiros ucranianos trabalha contra o relógio. Eles não estão apenas lutando pela sobrevivência de sua nação, mas também reescrevendo as regras da comunicação em tempos de guerra.
A empresa local Stetman está prestes a lançar seu próprio “Starlink analógico“, um projeto audacioso que pode reduzir a dependência da Ucrânia em sistemas estrangeiros como o da SpaceX, de Elon Musk.
A iniciativa surge em um momento crítico. Com a infraestrutura de telecomunicações do país frequentemente no alvo de ataques, a necessidade de uma rede de internet resiliente e de produção local nunca foi tão urgente. Segundo fontes próximas ao projeto, a Stetman planeja escalar sua produção para 2.000 a 10.000 terminais por mês dentro de seis meses um feito que, se bem-sucedido, pode transformar não apenas o campo de batalha, mas também o futuro da conectividade em zonas de conflito.
A Ucrânia já é um laboratório de inovação bélica, desde drones caseiros até ciberguerra. Agora, a Stetman está entrando em um território dominado por gigantes como a SpaceX, que forneceu milhares de terminais Starlink ao país desde o início da invasão russa. Mas a dependência de um único provedor traz riscos como a controvérsia no ano passado, quando Musk admitiu limitar o acesso ucraniano ao sistema para evitar usos militares profundos.
Detalhes técnicos são escassos a empresa opera sob um véu de sigilo, comum em tempos de guerra. Mas especialistas sugerem que o sistema pode usar uma combinação de satélites de baixa órbita já existentes e uma rede terrestre de repetidores, tornando-o menos vulnerável a interferências.
Dados preliminares indicam que os terminais terão velocidades competitivas (acima de 100 Mbps) e latência aceitável para comunicações táticas. O custo, no entanto, ainda é uma incógnita. Enquanto o Starlink da SpaceX requer subsídios para ser viável em massa, a produção local pode baratear a operação a longo prazo.
Se conseguirem cumprir sua meta, o projeto pode se tornar um case de inovação sob pressão, inspirando outros países em conflito a buscar alternativas locais. Além disso, abre-se uma discussão sobre o futuro das telecomunicações em um mundo cada vez mais fragmentado.
- Segundo o governo ucraniano, mais de 30% da infraestrutura de telecomunicações do país foi danificada desde 2022.
- A demanda por conectividade em zonas rurais e frontlines aumentou 400% no último ano, impulsionada por operações militares e civis.
Eles sabem que, em guerra, a informação é tão vital quanto as armas. E agora, estão decididos a controlar ambas.