Em um movimento que ecoa a adoção pioneira do ouro como reserva de valor no século XIX, New Hampshire acaba de escrever seu nome na história financeira dos Estados Unidos. Na quarta-feira (15), o estado se tornou o primeiro do país a autorizar oficialmente a alocação de parte de seu tesouro em criptomoedas, começando pelo Bitcoin.

A lei, aprovada sem alarde mas com implicações potencialmente revolucionárias, permite que até 5% das reservas estaduais sejam destinadas a ativos digitais com capitalização de mercado acima de US$ 500 bilhões. Hoje, apenas o Bitcoin se qualifica. A regra entra em vigor em 60 dias, abrindo caminho para que outros estados sigam o exemplo.
Enquanto governos federais debatem a regulamentação de criptomoedas, New Hampshire optou por agir. A decisão reflete uma estratégia de diversificação em um cenário de inflação persistente e desconfiança em ativos tradicionais. “É um reconhecimento tácito de que o Bitcoin está se tornando um hedge institucional”, analisa a economista da Universidade de Dartmouth.
Riscos e oportunidades
O mercado de criptomoedas é volátil, o Bitcoin já perdeu mais de 50% de seu valor em seis meses em 2022. Mas defensores argumentam que a exposição controlada (5% é um limite conservador) equilibra risco e potencial de valorização. Dados da Ark Invest sugerem que alocações modestas em Bitcoin teriam melhorado retornos de fundos soberanos na última década.
O Tesouro de New Hampshire não revelou se comprará Bitcoin imediatamente, mas a lei já inspira debates. Será o início de uma corrida silenciosa entre estados por inovação financeira?
Enquanto isso, investidores de olho em Wyoming e Texas onde projetos semelhantes foram discutidos, aguardam o próximo movimento.