Em um mundo onde o sucesso é frequentemente medido em cifras, um novo estudo traz um alerta incômodo. Quanto mais você prioriza o dinheiro, mais frágil seu relacionamento se torna. A pesquisa, conduzida por psicólogos dos Estados Unidos e de Hong Kong, analisou 1.153 casais com cerca de oito anos de matrimônio e descobriu um padrão perturbador. Aqueles que colocam a acumulação financeira no centro de suas vidas tendem a discutir mais, desgastando a intimidade e a confiança que um dia os uniu.

Os números não mentem. Entre os participantes, casais que declararam ter “ganhar mais” como prioridade apresentaram níveis significativamente maiores de conflito doméstico. Em contraste, aqueles que valorizavam tempo juntos ou objetivos comuns não financeiros relataram maior satisfação conjugal.
“O dinheiro, quando vira uma obsessão, deixa de ser um recurso e vira um rival”, explica a Dra. Lina Wong, coautora do estudo e professora da Universidade de Hong Kong. “Os casais começam a enxergar um ao outro como obstáculos ou sócios falhos, não como parceiros.”
O fenômeno é particularmente visível em economias pressionadas, onde a desigualdade e o custo de vida amplificam o estresse. Dados do Federal Reserve mostram que, nos EUA, 35% dos divórcios citam “problemas financeiros” como fator decisivo, um salto de 12% em duas décadas.
Alternativas ao sonho dourado
Mas há esperança. Terapeutas sugerem que casais adotem práticas simples:
- Orçamentos transparentes, mas não punitivos;
- Metas compartilhadas que vão além de cifras (como viagens ou projetos familiares);
- “Detox financeiro”: períodos sem discussões sobre dinheiro para reconectar-se emocionalmente.
“O segredo não é ignorar as contas, mas lembrar que elas não definem quem vocês são juntos”, diz Wong.
Enquanto o capitalismo pede mais horas de trabalho e contas bancárias mais gordas, talvez a verdadeira riqueza esteja em algo que nenhum salário pode comprar: paz em casa.
Casais que reservam 1 noite por semana sem falar de dinheiro têm 27% menos conflitos (Fonte: Journal of Marriage and Family).