Ele está ali, discreto, quase invisível, mas presente em praticamente todas as refeições. O sal, tempero tão comum que muitos nem pensam duas vezes antes de acrescentar uma pitada extra à comida, pode ser um inimigo silencioso não só do coração, mas também da mente. Novas pesquisas revelam uma conexão alarmante. O consumo excessivo de cloreto de sódio está associado a um risco 40% maior de desenvolver ansiedade e depressão.

Cientistas descobriram que o abuso do sal não apenas eleva a pressão arterial ou prejudica os rins, ele acelera o envelhecimento biológico do corpo em nível celular. E, como um dominó, esse desgaste precoce atinge também o cérebro, desequilibrando processos químicos essenciais para o bem-estar emocional.
Uma das hipóteses é que o mineral interfere na produção de serotonina e dopamina, neurotransmissores conhecidos como “hormônios da felicidade”. Quando esses mensageiros químicos são suprimidos, o resultado pode ser um estado crônico de desânimo, irritabilidade e até mesmo sintomas depressivos.
Um estudo recente, publicado no Journal of Neuroscience, acompanhou mais de 10 mil adultos por cinco anos. Os resultados mostraram que aqueles que ultrapassavam a recomendação diária de sal (menos de 5g, segundo a OMS) tinham não só piores marcadores de saúde física, mas também pontuações mais altas em escalas de ansiedade e depressão.
E não é só o sal de cozinha, alimentos ultraprocessados, como salgadinhos, enlatados e fast food, são os grandes responsáveis pelo consumo exagerado, muitas vezes sem que o consumidor sequer perceba.
O que fazer?
Especialistas sugerem uma abordagem gradual:
- Reduza o sal aos poucos: O paladar se adapta em semanas.
- Temperos naturais: Alecrim, orégano e limão podem dar sabor sem riscos.
- Leia os rótulos: Muitos produtos escondem níveis perigosos de sódio.
Enquanto a indústria alimentícia não muda suas fórmulas, a decisão final e o poder de proteger a própria saúde mental, está no prato de cada um.