Com 12% da população empregada no setor financeiro, o Vaticano supera nações como Luxemburgo e Suíça em concentração de analistas certificados e terminais Bloomberg por habitante
Com uma população de apenas 882 habitantes, o Vaticano registra o maior percentual mundial de profissionais atuando em finanças: 12% de seus residentes, ou 107 pessoas, trabalham diretamente no setor.

A cidade-estado também ocupa o topo do ranking global em terminais Bloomberg per capita e em número de analistas financeiros certificados (CFAs) proporcionalmente à população.
Os dados chamam atenção para a intensa presença da atividade financeira em uma das menores nações soberanas do mundo. De acordo com levantamento recente, o Vaticano supera em mais de quatro vezes o segundo colocado Luxemburgo em número de terminais Bloomberg por habitante. Esses terminais, utilizados por profissionais do mercado para acompanhar em tempo real dados financeiros globais, são um dos principais recursos tecnológicos para tomada de decisão no setor.
No campo da qualificação profissional, o Vaticano também lidera com folga. Proporcionalmente à população, é o país com o maior número de analistas certificados pela CFA Institute, uma das mais rigorosas certificações do mercado financeiro global. A concentração de profissionais com o título de Chartered Financial Analyst reflete um ambiente altamente técnico e especializado.
A razão para essa alta densidade de profissionais de finanças está diretamente relacionada à estrutura da Santa Sé e do Instituto para as Obras de Religião (IOR), conhecido como Banco do Vaticano. Responsável pela gestão de ativos da Igreja Católica e pela administração de doações e fundos internacionais, o IOR exige equipes altamente qualificadas para lidar com operações complexas de investimentos, compliance e auditoria.
Especialistas apontam que, mesmo sendo um Estado com dimensões reduzidas, o Vaticano precisa atender demandas financeiras de uma instituição com presença em mais de 190 países. Isso inclui a gestão de fundos, apoio a dioceses, e administração de recursos oriundos de contribuições internacionais.