O cenário parece saído de um roteiro distópico: um jovem rapper americano, cujo nome ainda não foi divulgado, incendiou o próprio corpo em um vídeo para o TikTok sem saber que as chamas que via em outros posts eram apenas efeitos especiais. O incidente, gravado e compartilhado sem filtros, viralizou em menos de 24 horas, ultrapassando 12 milhões de visualizações e expondo os riscos obscuros da cultura de desafios extremos nas redes sociais.
Felizmente, o rapaz escapou com queimaduras leves, mas o susto ficou assim como as perguntas. Como plataformas como o TikTok, que removem conteúdo perigoso post-facto, podem equilibrar criatividade e segurança? Especialistas apontam que a linha entre entretenimento e risco real nunca foi tão tênue.
O efeito manada digital
O caso não é isolado. Em 2023, o Journal of Adolescent Health revelou que 63% dos desafios virais envolvem comportamentos de risco, muitos impulsionados pela ilusão de que “todo mundo está fazendo”. A psicóloga explica: “A imitação é acelerada pela descontextualização. Jovens veem CGI ou edições e assumem que são reais e replicáveis.”

O vídeo do rapper, agora ocultado pela plataforma (mas ainda circulando em grupos privados), mostrava ele pulando de um skate enquanto as chamas o consumiam. Nos comentários, milhares de usuários pediram “o tutorial”, até descobrirem a verdade.
O preço dos likes
Enquanto algoritmos premiam conteúdos extremos com visibilidade, especialistas em ética digital questionam: plataformas deveriam ser mais transparentes sobre edições? “Marcar vídeos com ‘Efeitos Visuais’ em letras minúsculas não basta”, critica o pesquisador de mídia Simon Lee.
O rapper, agora em recuperação, postou um desabafo: “Queria views, não quase morrer.” Sua história, mais que um alerta, é um sintoma de uma geração que confunde engagement com existência e paga o preço em carne viva.