Em uma movimentada avenida, um caminhão chama a atenção não pelo que transporta, mas pelo que revela. Sua carroceria, totalmente transparente, exibe um homem profundamente adormecido, deitado em um colchão imaculado, enquanto o veículo percorre o caos urbano.
Ele não está cansado, nem desmaiado está trabalhando.
Esse é o mais recente (e peculiar) experimento de marketing de uma marca de colchões indonésia, que transformou o ato de dormir em um espetáculo público. O “testador de colchões” viaja pela cidade, exibindo seu sono tranquilo como prova viva da qualidade do produto. Enquanto motocicletas buzinam e o calor equatorial esquenta o asfalto, ele permanece imperturbável, quase como um ator performando a peça mais relaxante do mundo.

Por que isso funciona?
Em uma era em que os consumidores desconfiam de anúncios tradicionais, a autenticidade ou pelo menos a ilusão dela se torna moeda de valor. Ver alguém dormindo profundamente no meio do trânsito cria uma narrativa irresistível.
Se o colchão funciona ali, funcionará em qualquer lugar.
Dados de neuromarketing sugerem que experiências visuais e inusitadas ativam áreas do cérebro associadas à memorização e à confiança. Um estudo da Neuro-Insight mostrou que campanhas que envolvem situações reais (ou aparentemente reais) têm 47% mais engajamento do que anúncios estáticos.

O do silêncio
A estratégia não apenas promove o colchão, mas também se beneficia da infraestrutura urbana como palco. O caminhão transparente é uma vitrine móvel que transforma a cidade em parceira involuntária da campanha. Sem mencionar marcas ou slogans a todo momento, o espetáculo em si vira o protagonista e as redes sociais fazem o resto.
Vídeos do “homem que dorme no caminhão” já viralizaram no TikTok, com usuários brincando: “Finalmente, um emprego onde ser pego no sono é um elogio.” Outros questionam: “E se ele acordar com um solavanco?” A dúvida, claro, só aumenta o buzz.
Um convite ao sono e às vendas
Enquanto o caminhão circula, lojas físicas da marca reportam aumento de visitantes curiosos. “As pessoas chegam já rindo, perguntando se o cara ainda está dormindo”, conta um vendedor. O humor e a curiosidade quebram a resistência do consumidor, abrindo espaço para a conversão.
No fim, a campanha é um lembrete de que, no marketing moderno, às vezes a melhor maneira de vender um produto é não dizer que ele é bom, mas mostrar alguém usufruindo dele da maneira mais inesperada possível. E, pelo visto, tem gente disposta a ganhar a vida apenas dormindo. Literalmente.