Apenas 214 milhões de hectolitros 3,3% menos que no ano passado. Entre os motivos, especialistas citam pressão econômica e geopolítica. Hectolitros (hl) são a unidade de medida padrão para grandes volumes de líquidos na produção de vinho.1 hectolitro = 100 litros.
Então, se eles dizem 214 milhões de hectolitros, isso significa 21,4 bilhões de litros de vinho. Líderes mundiais na produção de vinho no ano passado: A Itália é a líder, 44,1 milhões de hectolitros (+15%) França 36,1 milhões, mas uma queda de -23,5% Espanha 31 milhões (+9,3%)

Vinho em crise: Consumo global será o mais baixo em 63 anos
Dados da OIV (Organização Internacional da Vinha e do Vinho).
Os amantes do vinho estão bebendo menos, muito menos. Pela primeira vez desde 1961, o mundo consumirá apenas 214 milhões de hectolitros (21,4 bilhões de litros) em 2024, uma queda de 3,3% em relação ao ano passado. Os dados, compilados por especialistas do setor, revelam um cenário influenciado por pressões econômicas, tensões geopolíticas e mudanças nos hábitos de consumo.
A Itália segue como a maior produtora mundial, com 44,1 milhões de hectolitros um salto de 15%. Mas a França, tradicional rival enológico, sofreu uma queda vertiginosa de 23,5%, produzindo apenas 36,1 milhões. Já a Espanha, terceira no ranking, cresceu 9,3%, alcançando 31 milhões.
“O vinho não é mais uma prioridade para muitos consumidores”, explica Claire Dubois, economista especializada em bebidas. “Com inflação alta e incertezas globais, as pessoas estão cortando luxos e, em alguns casos, trocando o vinho por opções mais acessíveis, como cervejas artesanais ou drinks prontos.”
Guerras, sanções e custos logísticos também pesam. A Rússia, antes um dos maiores importadores, reduziu drasticamente as compras após as restrições ocidentais. A China, que vinha aumentando o consumo, desacelerou devido à crise imobiliária e ao desemprego juvenil.
“O mercado europeu ainda é resiliente, mas os produtores estão preocupados com a geração mais jovem, que bebe menos e prefere experiências instantâneas”, diz Marco Ferranti, sommelier italiano.
Enquanto alguns produtores apostam em vinhos premium para manter margens, outros exploram embalagens sustentáveis e rótulos low-cost. Uma coisa é certa: o setor terá que se reinventar ou secar.