Se você ainda não conhece as seguintes artes marciais separamos uma entrevista com o Mestre Heitor autoridade no assunto. Acompanhe e quem sabe você também de o primeiro passo.
Como começou sua trajetória nas artes marciais e o que veio primeiro: a capoeira ou o kickboxing?
Na capoeira comecei a treinar quando tinha 5 anos de idade com o Mestre Apolônio em Jardim América/RJ no ano de 1989. Treinei nesse período a Capoeira e o KungFu, mas dei continuidade somente na capoeira.
Quando foi em no ano de 2000 conheci um outro mestre que foi Jussana Ricardo o apelido dele que ele é conhecido “Sanã” e me ensinou KickBoxe Muay Thai até hoje.
Você lembra do momento exato em que percebeu que isso seria mais do que um hobby? Qual seria seu caminho de vida?
Quando comecei a fazer como criança eu simplesmente gostava de fazer e foi assim por durante muito tempo, mas quando chegou no ano de 2002 que eu comecei a ensinar propriamente dito em um espaço.
Comecei a dar aula em 2002 e percebi que tinha uma oportunidade de fazer um serviço voluntário em uma ONG e meu mestre me indicou para fazer esse trabalho.
Dei aula de capoeira nessa ONG em 2002 e a partir daquela data que eu também comecei a dar aulas de kickbox. Nessa data eu compreendi que eu tinha vocação para isso e a cada dia fui me qualificando.
Hoje sou um profissional das três lutas no qual eu leciono que é a capoeira, kick boxing e o muay thai, mas eu continuo em busca de conhecimento.
Alguma pessoa te inspirou lá no início? Um mestre, um atleta, um momento marcante?

Na capoeira eu sempre tive um carinho muito grande, respeito e uma admiração pelo Mestre Pastinha (Capoeira Angola) e pelo filme e história dele.
Dentro do KickBoxe Muay Thai sempre foi o meu mestre Jussana Ricardo, ele tem 58 anos de idade, treina todos os dias. As 5 horas da manhã acorda para treinar e tem uma vida totalmente despojada e ofertada para luta.
Quais foram seus maiores desafios no início da carreira como praticante e depois como mestre?
Desafio como praticante eu não tive muitos. No período que eu entrei para uma comunidade católica e me disseram que a capoeira era renunciável tive que sair.
Hoje, graças a Deus continuo nessa comunidade e mudou a visão dela autorizando a voltar para capoeira.
Capoeira e kickboxing são lutas muito diferentes. Uma mais dançante e disfarçada, a outra mais direta e combativa. Como você concilia essas duas filosofias?
Quando eu estou no kickbox eu sou kickbox. Quando estou na capoeira eu sou capoeirista. Quando estou no muay thai eu sou thailandês.
Eu sei dividir, separar e também sou aluno de jiu-jitsu faixa azul e não misturo as coisas.
Meu cérebro consegue separar cada coisa e filosofias.
Em termos técnicos, que ensinamento da capoeira mais te ajudou dentro do kickboxing e vice-versa?
No kickboxing, ajuda na questão do alongamento do chute alto. E do muay thai, comparando com a capoeira, seria alguns grampos de chute, esgrimas e quedas.
Ajudam muito umas às outras e se completam. Claro que cada um dentro da sua modalidade, mas a expertise do reflexo e do swing a capoeira ajuda muito mais as outras lutas do que as outras lutas ajudam a capoeira.
Você acredita que a capoeira é subestimada no universo das artes marciais?
Sim, é subestimada mesmo provando que venceu muitos campeonatos de artes mistas.
A capoeira estava sempre presente ali, continua sendo presente e a capoeira sempre mobilizou a galera para conseguir o melhor desenvolvimento em outras lutas.
Mas ainda existe aquela galera do preconceito e isso faz parte no meio das artes marciais.
Como você vê o papel da capoeira hoje na formação da identidade cultural brasileira? Ela ainda é marginalizada ou houve avanços?
A capoeira é um ícone da identidade cultural brasileira junto com o cachambu que é o jongo, elas são ícones da nossa cultura.
Houve muitos avanços, mas ainda é marginalizada. Às vezes marginalizada pelos evangélicos, protestantes, que olham a capoeira com olhos negativos.
Ou até mesmo por ser de origem dos negros e mestiço. Ela sofre esse tipo de preconceito, onde se torna marginalizada, e até mesmo por alguns da sociedade e autoridades governamentais.
E muitas das vezes marginalizada por alguns racistas por termos que existem, na capoeira como uma grande história a ser preservada.
Como essas duas artes contribuem para a formação do caráter de jovens em comunidades de risco social?
Digo eu com propriedade porque trabalho dentro da comunidade e dou aula em uma favela chamada Julio Otoni (Santa Teresa), um dos pontos de vulnerabilidade social. Também dou aula em Guapimirim, município do Rio de Janeiro.
Como profissional afirmo que as lutas que ofereço ajuda na educação escolar, no lar, social, ética, dignidade e empatia desde as crianças ao idoso trazendo sempre valores positivos para todos aqueles ao qual a prática.
Como fazer contato e onde dá aulas?
Pode me procurar através do instagram @heitor.educador ou chamar no WhatsApp “21- 983269902”.
Tenho alguns alunos que ministram aulas de muay thai, kickbox e capoeira em mais alguns no estado do rio de janeiro.