“Lilo & Stitch: 93% de amor do público vs. 69% de críticas ácidas.”
Há filmes que nascem amados pelo público e ao mesmo tempo, mal compreendidos pela crítica. Lilo & Stitch, a animação da Disney que conquistou corações com sua história de amizade inusitada entre uma menina havaiana e um “experimento” alienígena, vive essa contradição em números: 93% de aprovação do público no Rotten Tomatoes contra 69% dos críticos.

Enquanto espectadores celebravam a originalidade do vínculo entre Lilo e Stitch uma narrativa que fugia dos contos de fadas tradicionais, resenhistas apontavam falhas. Antes mesmo da estreia, o longa foi alvo de acusações de “roteiro previsível” e “personagens pouco desenvolvidos”. Um crítico chegou a escrever: “Stitch rouba a cena, mas o resto do filme parece esquecido no espaço.”
O abismo entre crítica e afeto
O fenômeno não é novo. Dados do Rotten Tomatoes mostram que, desde 2002, Lilo & Stitch mantém uma discrepância rara: está entre os 10% dos filmes com maior diferença entre notas do público e da crítica. Para especialistas em audiência, como a pesquisadora, da Universidade da Califórnia, “o filme acertou onde mais importa, em criar uma conexão emocional crua, algo que métricas técnicas não capturam.”
O legado que a crítica não prevê
Vinte anos depois, o filme virou cult. Stitch é um dos personagens mais vendidos da Disney em merchandising, e cenas como a dança de Lilo ao som de Elvis Presley são memes atemporais. “Era para ser mais um filme sobre família, mas virou um símbolo de aceitação da diferença”, diz o roteirista Chris Sanders, em entrevista de 2020.
Enquanto algoritmos priorizam dados, Lilo & Stitch prova que histórias sobre laços inesperados e imperfeitos podem resistir até às piores avaliações. E no fim, quem decide seu valor é mesmo o público.