Em um paradoxo que encapsula as complexidades da economia global, fabricantes chineses encontraram um nicho inesperado produzindo camisetas e bonés com os dizeres “Boicote a China“ para consumidores americanos.
Segundo dados do Etsy e da Amazon Merch, mais de 100 mil peças foram vendidas nos últimos meses, muitas delas estampadas com a provocativa ironia de serem “Made in China”.

A peça, que viralizou como meme e protesto político, revela um jogo duplo do comércio internacional. Enquanto alguns compradores acreditam estar participando de um movimento antiglobalização, outros adquirem o item justamente pela contradição um souvenir do capitalismo pós-moderno.
É como comprar um isqueiro com a mensagem pare de fumar, brinca um vendedor anônimo da plataforma, que preferiu não se identificar.
- Engajamento emocional: Análises de reviews mostram que 62% das avaliações de 5 estrelas citam palavras como “ironia” ou “humor”.
- Demanda sazonal: Picos de vendas coincidem com tensões geopolíticas, como discussões sobre tarifas comerciais.
- Público-alvo: Jovens entre 18-34 anos, majoritariamente urbanos, compram por status de crítica social — não por ativismo prático.
Psicologia por trás da compra:
Especialistas em comportamento do consumidor apontam que o sucesso do produto está no que chamam de “contradição desejável” a atração por itens que desafiam a lógica, mas validam a identidade do comprador como “esclarecido” ou “descolado”. É uma forma de protesto de baixo risco criticando o sistema participando dele.
E a China?
Não importa o texto, importa o pagamento em dólar. Como diz o velho ditado enquanto alguns choram outros vendem lenços.
Enquanto isso, o produto já inspira variações: “Compre Local – Feito no Vietnã” e “Capitalista Desiludido” são os próximos lançamentos previstos.