Enquanto Alemanha e Itália pagam até US$ 270 mil por BTC, Etiópia surpreende com custo 95% menor. Mas há riscos.
Kiev, Ucrânia o halving do Bitcoin não só reduziu a recompensa dos mineradores pela metade, mas também escancarou uma disparidade global: O custo para produzir a mesma moeda varia em até 15.000% entre países. Dados compilados por análises de energia e hashrate mostram que a Ucrânia emerge como um dos locais mais baratos para a atividade na Europa, com um custo médio de US42 mil por BTC cinco vezes menos que nos Estados Unidos (US 107 mil) e uma fração do valor gasto na Itália (US$ 306 mil).
Onde a conta não fecha
A mineração barata, porém, esconde armadilhas. Na Etiópia, o governo controla rigidamente o setor elétrico, e apagões são frequentes. Já em Cuba e no Sudão (US$ 4 mil/BTC), a instabilidade política e a falta de infraestrutura tornam a operação inviável em escala. “Custo baixo atrai, mas sem hashrate estável ou segurança jurídica, o risco supera o lucro”, explica Dmitry Volkov, CEO da CEX.IO Exchange.
E depois do halving?
Com a recompensa caindo de 6,25 para 3,125 BTC por bloco, só sobrevivem quem tem eficiência energética ou acesso a energia subsidiada. Países como Paraguai e Rússia, antes competitivos, já viram operações migrarem para a Ucrânia e Cazaquistão, onde há energia excedente e regulamentação tolerante.
“O mapa da mineração está se redesenhando”, diz Volkov. “E quem não tem energia barata vai virar peça de museu.”
Ranking completo (custo por 1 BTC):
- Etiópia — US$ 2.000
- Sudão — US$ 3.800
- Cuba — US$ 3.900
- Ucrânia — US$ 42.000