Enquanto médicos e farmacêuticos enfrentam insatisfação recorde, o setor de cannabis surge como o novo paraíso profissional.
Por décadas a indústria da cannabis nos EUA foi estigmatizada. Hoje ela lidera uma revolução silenciosa, não só nas prateleiras das lojas, mas no bem-estar dos trabalhadores. Dados do Relatório Shift Pulse da Deputy (25/06/2025) revelam que 92% dos funcionários do setor de maconha, tabaco e cigarros eletrônicos expressam emoções positivas no trabalho. Um contraste brutal com os 14% de satisfação entre médicos, farmacêuticos e entregadores.

O que explica esse abismo? Salários competitivos, cultura corporativa flexível e um ambiente em crescimento acelerado. Enquanto a saúde pública enfrenta burnout e pressão histórica a cannabis, agora legalizada em 38 estados oferece algo raro: felicidade no trabalho.
“Aqui, não somos só vendedores. Somos educadores, ajudando pessoas a encontrar alívio para dores e ansiedade”, diz, o gerente de uma dispensary em Denver. Sua fala ecoa um padrão: 76% dos funcionários do setor citam “propósito” como motivação central, segundo o mesmo relatório.
Enquanto isso, em hospitais e farmácias, a realidade é oposta. Profissionais relatam jornadas exaustivas, burocracia e desvalorização. “Perdi o amor pela medicina quando virou um algoritmo de produtividade”, desabafa uma médica de Chicago que pediu anonimato.
A cannabis, ironicamente, colhe os frutos de sua própria luta por legitimidade. Com regulamentação veio profissionalização e agora, atração de talentos. O setor já emprega 500 mil pessoas nos EUA, com projeção de dobrar até 2030.
O mercado de trabalho nunca foi tão desigual. De um lado, estresse e rotatividade. Do outro, uma indústria que, após anos na sombra, virou sinônimo de satisfação. A pergunta que fica: outros setores conseguirão aprender com ela?