No salão, luzes douradas refletiam na carroceria curva, quase escultural. Parecia ter saído diretamente de um filme da Era do Jazz mas, sob a estética nostálgica, batia o coração tecnológico de um supercarro elétrico.
A americana Dacora Motors decidiu subverter as tendências do mercado. Em vez das linhas minimalistas e futuristas que dominam o setor de elétricos, apresentou um automóvel que mais parece uma homenagem aos anos 1930, mas com desempenho que rivaliza com marcas como Rolls-Royce, Cadillac e até com gigantes da tecnologia como a Tesla.

Não se trata apenas de um capricho estético. O modelo entrega números impressionantes: 800 cavalos de potência, aceleração de 0 a 100 km/h em 4 segundos e uma autonomia de até 650 km. Tudo isso sem emitir uma gota de CO₂ na atmosfera.
Por dentro, o passado e o futuro se misturam em detalhes quase poéticos. Acabamento artesanal em madeira e couro vegano envolve os passageiros, enquanto no lugar de telas há projeções holográficas um toque de ficção científica emoldurado por traços clássicos.
Uma obra de arte sobre rodas e não para qualquer bolso
Cada unidade será montada à mão, seguindo um rigor quase obsessivo por detalhes. O preço? A partir de US$ 500.000 (cerca de R$ 2,7 milhões na cotação atual, sem impostos).
Mas a Dacora não quer volume quer exclusividade. Seu CEO, em declaração à imprensa, foi direto: “Este carro não é sobre transporte. É sobre experiência. É sobre quem você é quando dirige algo que não existe em mais lugar algum.”
Um nicho que cresce silenciosamente e com muita sofisticação
Segundo dados da BloombergNEF, o mercado de veículos elétricos de ultra luxo deve crescer 18% ao ano até 2030, impulsionado não só por milionários tradicionais, mas também por novos ricos da indústria tech e de finanças.
Marcas como Rolls-Royce (com o Spectre) e Bentley (que prepara seu primeiro elétrico para 2026) já sinalizam uma transição, mas nenhuma delas ousou tanto na estética retrô quanto a Dacora.
O que este carro realmente vende
Não é apenas autonomia, nem potência. A Dacora vende nostalgia embalada em tecnologia de ponta. Vende exclusividade, vendendo também a sensação de estar fora do tempo e de certo modo, acima dele.
No fim das contas, não é um carro. É uma declaração.