Medida provisória a partir de 6 de junho impacta milho, trigo, aves e açúcar; Polônia liderou pressão por taxas.
Exportadores ucranianos podem perder até €2,9 bilhões anuais com o fim do regime de isenção de impostos da União Europeia (UE), segundo Taras Kachka, vice-ministro da Economia da Ucrânia. A partir de 6 de junho, taxas transitórias serão aplicadas a produtos como milho, trigo, carne de aves e açúcar. A Polônia, que defendeu a medida para proteger agricultores locais, foi fundamental na decisão.
A UE suspenderá temporariamente a isenção de impostos para mercadorias ucranianas, adotada em 2022 como apoio econômico durante a guerra. A medida deve durar até junho de 2025, com revisões anuais. Dados do governo ucraniano indicam que os setores de grãos e proteínas serão os mais impactados, representando 60% das perdas estimada
Foi mencionado que a Polônia, aliada tradicional da Ucrânia, pressionou por salvaguardas após protestos de produtores rurais. Bruxelas afirmou que as taxas visam equilibrar a concorrência, limitando a entrada de itens como açúcar (tarifa de €419/t) e aves (€1.300/t).
Analistas apontam riscos para a balança comercial ucraniana, que dependia da UE para 40% das exportações agrícolas em 2023. A medida coincide com a colheita de inverno, aumentando pressão sobre Kiev para redirecionar estoques.
A mudança na política europeia reduzirá a competitidade dos produtos ucranianos no bloco, exigindo ajustes nos fluxos comerciais. Especialistas alertam para possíveis tensões diplomáticas, enquanto a Ucrânia busca alternativas logísticas via Corredor Negro do Mar.