O Discord, conhecido como o refúgio digital de gamers, criadores de conteúdo e comunidades online, está fechando o cerco. A partir de agora, se quiser acessar os canais com conteúdos adultos, terá de provar quem é literalmente.

Num movimento que mistura segurança e vigilância, a plataforma está a testando um sistema de verificação de idade tão rigoroso que pode banir usuários que tentam burlá-lo. Basta uma selfie mal calculada ou um documento falsificado para perder o acesso à conta.
Como funciona e porque pode dar errado
O processo é simples, mas é implacável:
- Documento oficial: Carregue uma foto do seu bilhete de identidade ou passaporte.
- Selfie de confirmação: Tire uma foto sua em tempo real para provar que é você.
- IA no controle: Um sistema automatizado analisa os dados. Se algo não bater certo, a conta pode ser suspensa sem aviso.
Mas há um detalhe preocupante, o Discord também pode ativar esta verificação se detectar que o seu país tem restrições à Internet. Ou seja, mesmo que não queira aceder a conteúdo adulto, poderá ser alvo desta fiscalização.
Os riscos de “jogar o jogo”
Alguns usuários já estão a testando os limites com fotos editadas, documentos emprestados, truques com deepfakes. Mas a plataforma avisa, se for identificado, o banimento é imediato. E, considerando que muitas contas do Discord estão ligadas a anos de comunidades, jogos e conexões, a perda pode ser mais dolorosa do que parece.
Dados que preocupam
- Segundo um relatório interno, 23% dos utilizadores entre 13 e 17 anos já mentiram a idade para aceder a conteúdos restritos.
- Países como Alemanha e Reino Unido estão a pressionar plataformas para adoptarem verificações mais duras, seguindo leis de proteção infantil.
O dilema entre privacidade e segurança
Enquanto alguns celebram a medida como necessária para proteger menores, outros questionam. Até onde vai a vigilância? O Discord garante que os dados são criptografado.
E eliminados após verificação, mas especialistas em privacidade alertam para riscos de vazamentos ou uso indevido.
“É um passo importante, mas será que vale a pena trocar liberdade por controle?”, pergunta um usuário anônimo num fórum de discussão.