A Johnson & Johnson, gigante dos setores farmacêutico e de cuidados pessoais, revelou nesta semana um dado que acendeu o alerta de investidores e consumidores.
As tarifas comerciais impostas este ano devem custar à empresa cerca de US$ 400 milhões em perdas até 2025. O valor, equivalente a quase 2 bilhões de reais, não é apenas um rombo nos balanços da multinacional é um sinal de que a guerra fiscal global pode ter efeitos diretos no preço de remédios, produtos de higiene e até mesmo em empregos.
Em um comunicado discreto, a empresa atribuiu as perdas às “mudanças nas políticas alfandegárias”, sem citar países específicos. Mas analistas apontam para os recentes embates entre EUA, China e União Europeia, que elevaram tributos sobre insumos médicos e químicos. “A J&J importa componentes essenciais para medicamentos e dispositivos. Se eles repassarem esse custo, o consumidor final sentirá”.
Dados do Banco Mundial mostram que tarifas sobre produtos de saúde subiram 12% em média desde 2022 um movimento que, segundo a OMS, ameaça o acesso a tratamentos em economias emergentes.
Quem paga a conta? Historicamente, a Johnson & Johnson absorve parte dos impactos para manter clientes fiéis, mas em 2023, a empresa já ajustou preços em 5% em linhas como dermatológicos e anticoncepcionais. Se a tendência continuar, itens como Band-Aid, Tylenol e até fórmulas infantis podem ficar mais caros.
Por outro lado, a companhia tenta mitigar riscos acelerando a produção em países com tarifas mais baixas, como México e Índia. Estrategistas veem aí uma jogada arriscada: Mudanças na cadeia de suprimentos trazem custos ocultos, como atrasos e controles de qualidade.
Nas bolsas, as ações da J&J caíram 1,8% após o anúncio, refletindo o temor de que as tarifas sejam só o começo.
Enquanto isso, o consumidor espera. E observa. Afinal, em um mundo onde até um analgésico pode virar vítima de disputas geopolíticas, o preço da saúde nunca foi tão relativo.